quarta-feira, 28 de março de 2012

MPF abre 20 processos para apurar supostas falhas em prova do Senado

Entre as queixas estão cópia de questões e má fiscalização de celulares. Provas para 3 categorias de cargo de analista legislativo foram anuladas.

Do G1 DF

O Ministério Público Federal no Distrito Federal informou que foram autuados 20 procedimentos para apurar supostas irregularidades no último concurso do Senado Federal. Os dados consideram denúncias e reclamações dos candidatos recebidas até esta segunda-feira (26).

Segundo o órgão, a quantidade de representações é superior ao número de procedimentos autuados, pois muitas se referem ao mesmo tema e vão ser agrupadas em um único processo. O MPF disse ainda que outras denúncias estão em fase de classificação, etapa anterior à autuação.

A Fundação Getúlio Vargas, responsável pela aplicação da prova, afirmou estar à disposição para as investigações. Também disse que está avaliando as denúncias e sugestões encaminhadas pelos candidatos.

Três das 20 peças foram arquivadas. A primeira delas é sobre possíveis irregularidades na cobrança de língua inglesa para analista legislativo, que, por não possuir correlação lógica com as atribuições do cargo, privilegiaria candidatos fluentes no idioma.

Também relacionada ao cargo, a segunda peça arquivada trata sobre um item do edital que separaria o processo de provas do processo de avaliação. A última é sobre a não previsão de vagas para candidatos portadores de deficiência nos cargos de técnico legislativo, na área de Polícia Legislativa.

O órgão ministerial não informou as razões do arquivamento dos procedimentos. O MPF investiga ainda reclamações como suposta repetição de questões de outra prova, possível entrega de cadernos da avaliação sem as folhas referentes a redação, denúncia de entrega de testes cujo lacre estava violado, falta de água durante a realização do concurso e falta de fiscalização sobre o porte de equipamentos eletrônicos.

A FGV informou que ela mesma comunicou à Polícia Federal a respeito da entrega de testes cujo lacre poderia estar violado. Segundo a organizadora, foi constatado que não houve rompimento do envelope nem possibilidade de o conteúdo ter sido visualizado antes da aplicação da prova.

Provas anuladas
Três categorias do cargo de analista legislativo, áreas de informática - nas subáreas de análise de sistemas (8 vagas) e análise de suporte (3 vagas) - e área de saúde e assistência social, na especialidade enfermagem (6 vagas), tiveram o exame cancelado por inconsistências técnicas (insuficiência de cadernos de provas em algumas salas).

O presidente do Senado, José Sarney, afirmou que a responsabilidade pela anulação é exclusivamente da Fundação Getúlio Vargas. Ele informou que a entidade pediu à FGV explicações detalhadas sobre as falhas e pediu rapidez na reaplicação das provas.

Três candidatos ao cargo de polícia legislativa registraram boletim de ocorrência na relatando fiscalização inadequada duante o exame. Eles afirmam que nos locais onde fizeram prova não foi verificado se os concurseiros guardavam os objetos eletrônicos e que detectores de metal não funcionavam.


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